Caminhamos sobre Pedras...

Num exercício quase filosófico de reflectir sobre o que somos, o que fomos e o que queremos ser. E é neste exercício de caminhar sobre pedras que podemos vislumbrar uma viagem libertadora do ser humano. Quem Somos? O que Queremos Ser? Para Onde Vamos? Ou mesmo, o que é arte ou o que é o belo? São conversas trilhadas à medida que caminhamos sobre as pedras falantes...

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

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A maior solidão é a do ser que não ama.
A maior solidão é a dor do ser que se ausenta,
que se defende, que se fecha, que se recusa a participar da vida humana.

A maior solidão é a do homem encerrado em si mesmo, no absoluto de si mesmo,
o que não dá a quem pede o que ele pode dar de amor, de amizade, de socorro.

O maior solitário é o que tem medo de amar, o que tem medo de ferir e ferir-se,
o ser casto da mulher, do amigo, do povo, do mundo.
Esse queima como uma lâmpada triste, cujo reflexo entristece também tudo em torno.
Ele é a angústia do mundo que o reflete.
Ele é o que se recusa às verdadeiras fontes de emoção, as que são o patrimônio de todos, e, encerrado em seu duro privilégio, semeia pedras do alto de sua fria e desolada torre.

Vinicius de Moraes

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